Regressar à Horta da Torre implica sempre que os primeiros dias serão dedicados a consertar os estragos causados por 11 meses de abandono. Isto significa a limpeza da vegetação invasiva, o arranjo da área de escavação, a remoção dos depósitos de arrastamento trazidos pelas chuvas invernais e a preparação do sítio para visitas. Após um ano de intensas chuvas, os primeiros dias foram inteiramente dedicados a uma tarefa que não é do agrado dos alunos - que esperam sempre começar de imediato a escavar - mas que é vital neste estado em que o sítio se encontra.
Os trabalhos de 2024 centram-se na descoberta da entrada do peristilo grande (foto de capa), de modo a percebermos como funcionava este espaço monumental. Pretendemos também prosseguir a escavação das áreas a norte desse peristilo, que já em 2023 havíamos começado a trabalhar. Procuramos assim identificar a função desses compartimentos, que nestes ambientes de grande monumentalidade poderiam ser espaços de apoio à sala do stibadium. Os primeiros quinze dias de trabalho centraram-se, por isso, na abertura de novos espaços e na escavação cuidada da área aberta em anos anteriores.
Como sempre, beneficiámos de muitas visitas. Quer de interessados pelo nosso trabalho, que sempre vêm ter connosco ou participam nos dias abertos, quer de investigadores e colegas de autarquias, com quem podemos partilhar informação. A Horta da Torre é um sítio onde sempre procuramos receber arqueólogos que nos ajudem a entender os múltiplos conteúdos de um sítio complexo e fascinante.