O abandono da Horta da Torre e a posterior reocupação



Em algum momento ao longo do século V, este monumental complexo irá ser abandonado. O reportório cerâmico da villa apresenta indicadores que permitem pensar em abastecimentos até meados do século V, mas a vivência áulica no local não se irá prolongar por muito mais tempo. Possivelmente no final da centúria inicia-se um processo de abandono planeado: não só não existem quaisquer indicadores que apontem para destruições ou incêndios, como o facto de praticamente não existirem materiais esquecidos em níveis de abandono indica-nos que ocorreu um processo organizado de retirada do local.

O abandono da villa, contudo, não é definitivo. Em intervalo não superior ao espaço de uma geração – ou seja, em 25 anos, nos inícios do século VI – verificam-se indicadores de presença humana, de uma forma consistente, variada e estendendo-se a todas as áreas intervencionadas até ao momento. Para que se possam avaliar os indicadores que o processo de escavação e registo recuperou, analisam-se de modo detalhado e por áreas sectoriais os sinais de presença humana durante esta fase.