Conhecer o sítio arqueológico e quem nele viveu é o objetivo máximo da escavação. Através da recolha de todos os indícios possíveis, procedemos à sua análise e interpretação. Esta é feita com base no trabalho de campo, mas também por comparações com outros sítios arqueológicos semelhantes. No entanto, a informação que temos apresenta diferentes níveis de segurança. Por exemplo, no caso da sala do stibadium na Horta da Torre, temos elementos que são inquestionáveis porque os recuperamos: o stibadium, os muros ou o revestimento em mármore, por exemplo. Outros são identificados em posição secundária, por efeito dos processos de passagem do tempo: por exemplo, a coluna em mármore que foi encontrada permite-nos perceber que a sala tinha uma arcaria. Outros, pelo contrário, são apenas suposições. Na proposta 3D feita para a sala, estes diferentes níveis podem ser representados graficamente: assim, as cores "quentes" representam o que existe, enquanto as cores progressivamente mais frias mostram interpretações com menos graus de certeza.
Imagem: proposta para a sala do stibadium por Gonçalo Lopes e Carlos Carpetudo