O 'povo do ensopado de borrego' ocupou a villa romana da Horta da Torre

Após ter sido abandonada aparentemente de forma tranquila - como resulta da escassez de materiais -, a villa romana da Horta da Torre, hoje no território da freguesia de Cabeço de Vide, concelho de Fronteira, foi ocupada por um povo de camponeneses que transformou por completo o uso desta singular instalação de época imperial.

André Carneiro, diretor do campo arqueológico da Horta da Torre, chama-lhe "o povo do ensopado de borrego" com base na dieta seguida, à base de comidas que ainda hoje são comuns no Alto Alentejo.

As evidências materiais desta segunda fase de ocupação passam por muitos ossos de ovelhas e cabras de pequenas dimensões encontrados em várias zonas de lixeiras, algumas das quais no antigo peristilo da villa romanas.

O mundo pósromano está pouco estudado e os trabalhos que há dez anos decorrem na Horta da Torre têm sido um importante contributo para o seu desenvolvimento, ajudando a perceber o que se passou depois do colapso da administração romana, um período marcado também pela chegada de povos do leste da Europa e depois pelo domínio muçulmano.